sábado, 26 de maio de 2012

Quatorze


Era barulhento, o som da animação do primeiro dia pontuada pelo batimento ocasional de armário. Os professores não estavam nem tentando controlar isso. Three Rivers era uma pequena comunidade, e as pessoas não tinham que ficar no corredor entre as aulas como tinham que ficar na minha antiga escola, que era lotada demais para deixar o corpo estudantil ficar sem supervisão.

Mais uma vantagem da vida numa cidade pequena.

Eu enfiei meus livros no meu armário e puxei meu horário de aula. Dizia veterana no alto, e eu não consegui evitar meu sorriso. Veterana. Essa era uma boa sensação. Melhor ainda, eu não era mais a garota nova.

Necas. Eu fora expulsa dessa posição estrelar.

“O que envolve estudos de economia doméstica?” Nakita perguntou lentamente enquanto dava uma olhada para a fina folha amarela em seu aperto. Eu a tinha ajudado escolher sua roupa hoje de manhã, e ela estava bonita com sua calça jeans de designer e sandálias que mostravam suas unhas dos pés pretas. Eu não tivera 
que pintá-las dessa cor. Aparentemente ceifadores negros tinham unhas do pé pretas.

Do meu outro lado, Barnabas deslocou sua mochila para mais alto no seu ombro, parecendo com qualquer garoto em qualquer escola com sua calça jeans e camiseta.

“Você vai amar, Nakita,” ele disse, sorrindo forçadamente “Vou ajudar a te ensinar como se misturar. Tente não gadanhar seu parceiro se os biscoitos queimarem.”

Eu sufoquei minha risada, tentando imaginar a ceifadora negra pequenina, atraente, mas às vezes sem noção, fazendo o balanço de um talão de cheques ou Aprendendo como usar o micro-ondas. Meu olhar retornou para o meu horário. Física. Sala de estudos. Inglês avançado com o Josh. Fotografia. Ia ser um bom ano.

Nakita ficou de costas para os armários enquanto tentava entender isso, quase ficando no caminho do tráfego de pedestres.

“O que biscoitos tem a ver com economia?” ela perguntou enquanto jogava seu cabelo para trás num gesto inconsciente que a maioria das modelos passa anos aperfeiçoando. Com aquele cabelo e aqueles olhos, ela era linda, e eu já podia sentir as encaradas enquanto todos se perguntavam o que ela fazia ao meu lado. A história era que ela e Barnabas eram estudantes de intercâmbio, e com uma pequena intervenção angelical, eles tinham os antecedentes para provar. Ao que todos sabiam, eles estavam ficando na minha casa. A verdade era mais... interessante.

A voz de Amy levantou-se mais alta que a tagarelice ao redor, e eu endureci, abrindo meu armário e basicamente me escondendo atrás da porta. Eu não tinha medo dela, mas a mentalidade de rainha do baile me irritava pra caramba.

“Oi!” veio sua voz jovial, e eu me contrai, já que ela devia estar falando com a Nakita. Seu grupo de tolos conformistas estava atrás dela, e eu fingi estar procurando algo. “Sou a Amy,” ela praticamente borbulhou. “Você deve ser a novata. Aquele é o seu irmão? Ele é meio gostoso.”

Barnabas endureceu para parecer charmosamente inocente com seu punhado de cachos e olhos arregalados, e eu sorri. Ele realmente não fazia ideia do quanto era bonito.

“Aquele merdinha fracassado?” Nakita disse, sua antipatia quase pingando visivelmente em poças asquerosas nas sapatilhas de designer da Amy. “É, acho que sim. Isso não quer dizer que eu tenha que gostar dele.”

“Sei o que quer dizer.” Amy fingiu um suspiro sentido. “Tenho um irmão também.” As garotas atrás dela deram risinhos quando ela passou por mim até chegar em Barnabas. “Eu sou a Amy,” ela disse, sorrindo enquanto estendia sua mão.

“Barnabas,” o ceifador disse enquanto lançava-se por mim para dar um abraço lateral em Nakita, a fim de evitar cumprimentar Amy. “Esta é Nakita. Ela é minha irmã favorita. Somos da Noruega.”

Noruega? Eu não consegui evitar sorrir afetadamente quando as amigas de Amy começaram a zumbir atrás dela.

“Achei que você tinha um sotaque mesmo,” Amy disse, apenas levemente envergonhada pelo ligeiro desprezo. “Por que não sentam na minha mesa no almoço? Os dois. Vocês não vão querer comer com os bobocas.”

Incapaz de aguentar mais, eu bati meu armário para fechá-lo.

“Madison! Doçura! Eu não te vi aí,” Amy arrulhou. “Essa regata é de matar,” ela disse, gesticulando. “É tão a sua cara. Minha irmã caçula deu uma exatamente como essa para a caridade no ano passado.”

Nakita estivera me ensinando como usar meu amuleto para atrair energia da corrente do tempo para fazer uma espada, e precisei de toda a força que eu tinha para não praticar isso agora.

“Oi, Amy. Como está o nariz? Você vai remover esse caroço antes do dia da foto?” Isso foi quase tão bom, contudo.

Amy corou, mas eu fui poupada de sua réplica quando seu grupo se afastou dando risadinhas, e Len empertigou-se.

Num movimento rápido, Nakita o agarrou pelo pescoço e o golpeou contra o armário.

Chocada, eu fiquei parada com a minha boca aberta. Ao nosso redor chegaram hoos e vaias.

“Toque-me lá novamente, e você morre, suíno,” ela disse, cada palavra concentrada.

Os olhos de Len estavam arregalados, e seu rosto vermelho enquanto Nakita pressionava-o contra o metal reforçado.

Barnabas ria, mas eu não queria passar meu primeiro dia de aula na sala do diretor.

“Hm, Nakita?” eu propus. A ceifadora respirou alarmada, olhou para os rostos observando, e o soltou. Len tropeçou para recuperar seu equilíbrio, mas nada conseguiria ajudá-lo a achar seu orgulho. Quero dizer, Nakita era menor 
que ele, e parecia uma cabeça de vento, com sua confusão perpétua. É claro, ela parecia uma cabeça de vento envergonhada agora.

“Você é uma doida varrida!” Len gritou, recuando enquanto arrumava sua camisa. “Estão me escutando? São amigos da Madison, não são? Você são tão doidos quanto ela!”

Fiz uma cara de inocente, tentando não rir. Barnabas, contudo,–abafava seu riso – assim como todo o corpo estudantil masculino que vira o incidente.

Amy agarrou seu braço como se estivesse impedindo-o de ir atrás de nós, e ela o afastou quando um professor surgiu da esquina. Não havia nada para se ver, contudo, além do prolongamento da animação e risada. Os caras foram embora com altas respostas grosseiras, e o punhado de estrogênio caminhou atrás deles. Eu exalei, nem mesmo tendo percebido que prendera o fôlego.

“Nakita?” eu disse enquanto abria meu armário novamente. “Precisamos trabalhar na sua habilidade de socialização.”

“Ele me tocou,” ela disse, fazendo cara feia. “Ele tem sorte de ainda estar vivo.”

Minhas sobrancelhas levantaram-se, e eu me perguntei se a ideia dos serafins da Nakita me ensinar como usar meu amuleto e eu ensiná-la como viver com seu novo dom do medo era uma ideia tão boa.

“Certo, mas se quiser ficar na escola, tem que ser mais sutil.”

“Sutil,” a ceifadora ponderou, sua expressão relaxando. “Tipo uma faca sob suas costelas?”

Barnabas se inclinou para perto. “Mude para um dedo, e sim, isso funcionaria.”

Acima de mim veio uma voz tilintante quase no fim da minha consciência. “Era uma vez uma garota que tinha graça.”

Minha atenção voltou-se para cima, e eu sorri para a bola de luz. “Grace!” gritei, esperando que ninguém achasse que eu estava falando com o teto. A primeira vez que um serafim tinha tentando me contatar, eu desmaiara com a dor. Agora tudo vinha através de um anjo mensageiro, mas essa era a primeira vez que eu
tinha visto a Grace.

A anjo pousou em cima da porta do meu armário. “Oi, Madison. Tenho uma mensagem para a Nakita.”

Brilhando mais fortemente, ela acrescentou, “O que o Barnabas faz aqui? Você é a timekeeper negra, e ele–“

“Não está com o Ron,” Barnabas disse, o rosto apertado enquanto cruzava seus braços sobre seu peito.

A luz clareou ainda mais até que eu tive que acreditar que ela estava visível para todos. “Você mudou de lado!” ela exclamou, e eu recuei com a dor na minha cabeça pela força da sua voz.

Barnabas correu uma mão sobre seus cachos enquanto Nakita abafava o riso.

“Não sei o que eu sou, mas não podia ficar onde estava. Não confio no Ron, mas ainda não acredito em destino.”

Nakita jogou seu cabelo para trás e colocou uma mão em seu quadril. “Você ousaria desacatar os serafins?” ela quase rugiu.

Ele retornou com, “Eu usaria meus olhos para ver e pensamentos para pensar,” e Grace zumbiu impacientemente. Ficando entre eles, eu disse, “Está bem. Ótimo! Não acredito em destino, tampouco, mas eu respeito Nakita.” E aquela grande gadanha que ela me mostrara que podia fazer na semana passada.

“Quando estou na escola, fico salva de qualquer coisa com que vocês se preocupem. Por que ambos não esperam do lado de fora?”

Imediatamente eles voltaram atrás. “Preciso estar aqui,” Nakita disse, os olhos abaixados. “Por mim mesma. Eu preciso entender. Os serafins não têm certeza como o fato de você estar morta influenciará a sua habilidade de ler o tempo. E eu não me sinto bem entre os meus. Eles acham que sou imperfeita,” ela terminou, e eu recuei pela vergonha que pude escutar em sua voz.

Barnabas olhou ao redor, pelas pessoas animadas, seu olhar vago. “Eu preciso de algo para fazer. Eu estou... sozinho também. E você é familiar."

Que legal. Sou familiar. Como um par velho de meias.

“Vocês dois estão protegendo a Madison?” Grace perguntou. “Alguém precisa fazê-lo. Ela não me deixava.”

Eu me sinto mal por isso, mas então ela pousou no meu ombro e sussurrou, “Obrigada, Madison, por me nomear. Achei que eles fossem tirar meu nome de mim, mas eles finalmente concordaram que se eu fosse designada como sua mensageira permanentemente, eu poderia ficar com ele.”

“Grace, isso é ótimo!” eu disse, verdadeiramente alegre. Era bom ver a Grace, mas da última vez que uma mensagem viera para a Nakita, a ceifadora negra tinha pedido licença, voltando com um sorriso de satisfação e um novo entalhe em sua gadanha.

A minúscula anjo subiu muito para o alto, e eu senti uma presença familiar atrás de mim. Nakita desviou o olhar com seus lábios pressionados, mas Barnabas sorriu, e não fiquei surpresa quando Josh deslizou da multidão para o nosso pequeno redemoinho no tráfego do corredor.

“Oi, Madison,” Josh disse enquanto batia seus nós dos dedos com Barnabas.

“Oi, Josh.” Eu estava nervosa, e isso me fez ficar ainda mais envergonhada, especialmente quando Grace zuniu feliz. Ele estava bonito, completamente recuperado de seu leve toque com a morte.

Ele não gostava da Nakita, contudo, e o sentimento era mútuo, pelo que eu podia dizer pela expressão sombrio dela direcionada ao chão.

“Madison é responsabilidade minha,” Nakita resmungou, continuando nossa conversa anterior.

“Você falhou. Duas vezes. Acho que você é um espião,” ela acusou Barnabas, ignorando Josh.

O ceifador branco que mudara de lado ficou ofendido. “Não sou!” ele disse audivelmente. “Olhe para o meu amuleto. Ele parece vermelho para você?”

Era verdade. Para a desgraça de Barnabas, o brilho em seu amuleto tinha mudado de espectro e agora era o dourado brilhante e neutro de um ceifador inexperiente. Ele não estava mais amarrado a Ron. Ele estava amarrado a mim e estava ficando... mais sombrio.

“Se não é um espião,” Nakita disse, seu dedo apontando, “então por que está aqui, Barney?”

“Porque não confio em você. E não me chame disso.”

Ela sibilou algo para ele, e quando a Grace foi arbitrar, eu me virei, suspirando.

“São como criancinhas,” eu reclamei, então sorri. “Qual o horário do seu almoço?”

“O segundo,” Josh disse enquanto recuperava seu horário.

“Eu também!” eu disse, contente. “Te encontro na frente da fonte d’água. A não ser...”

Ele sorriu, prendendo minha respiração. “A não ser nada. Estarei lá.”

Ao nosso lado, Nakita gritou, “Arrancarei sua língua e a darei para os meus Cérberos!”

Josh recuou, e um espaço mais amplo se abriu entre nós e todo mundo. “Você não pode se livrar deles?”

Radiante, balancei minha cabeça. “Não. Eu tentei.”

Ele deslocou seu livro para sua outra mão. “Acho que ouvi a Grace. Ela está aqui? Meio que sinto a falta dela.”

Eu me inclinei contra meu armário e balancei a cabeça na direção de Nakita e Barnabas, que ainda discutiam. As pessoas estavam lhes lançando olhares estranhos, e eu me perguntei se tinha começado uma panelinha nova. Uma estranha e barulhenta.

“Ela trouxe uma mensagem para a toda poderosa Kita.”

Ele riu. Era um bom som, e eu me perguntei se ele me levaria para casa depois da escola para que eu não tivesse que pegar ônibus. Isso realmente derreteria os serventes da Amy.

Josh espiou Barnabas e Nakita, que finalmente tinham parado de discutir para que pudessem escutar a Grace. “Vai fazer alguma coisa depois da escola?”

Não mais, pensei, mas então dei de ombros. “Eu não sei. Nakita pode estar bolando algo.”

“Fecha essa matraca,” Nakita disse para Barnabas, então balançou seu cabelo para se recompor. Me encarando, ela disse, “Aconteceu algo. Barney vai te vigiar por algumas... horas.”

Era o que eu pensava. Ela tinha uma gadanhada. “Nakita, não gosto disso,” eu disse enquanto Barnabas enfurecia-se. “Gadanhar pessoas que fazem escolhas ruins é errado. É fácil, mas errado.”

Suas sobrancelhas se arquearam. “Não é por isso que são escolhidas, e você se sentirá de forma diferente depois de ver o bastante de atrocidades humanas. Quando aprender como usar seu amuleto, você entenderá. Até lá, o que você quer não fará diferença alguma.”

Isso era tão condescendente quando era possível, mas ela era mais velha que todos aqui, exceto Barnabas. “E quanto aos seus estudos domésticos?” eu disse, sabendo o quanto ela queria se encaixar, já que seus semelhantes não mais a entendiam.

Com a mandíbula apertada, Nakita deu seu horário escolar para Josh. “Ele pode fazer por mim.”

As sobrancelhas de Josh subiram. “Hm, Nakita. A escola não funciona desse jeito.”

Barnabas agarrou o papel de Josh e empurrou-o de volta para ela. “Se você for, eu vou. Não vou te deixar pegar outra alma, então você pode muito bem ficar.”

“Gostaria de vê-lo tentar me impedir!” ela disse, começando tudo de novo.

Grace caiu entre nós, um leve brilho no ar. “Todo esse amor nesse prédio! Me deixa tonta. Vou cair fora daqui. Nakita, você vai pegar a gadanha ou não?”

“Sim,” ela disse, e Grace evaporou da existência com uma explosão de luz caindo interiormente e o cheiro de rosas.

Nakita me puxou para ela, nossas cabeças quase tocando. “Você deveria vir comigo,” ela disse, os olhos espiando lateralmente as pessoas ao redor. “Talvez então você aprenderá como esperar e ver as atrocidades que as escolhas humanas trarão. Eu sei que então você concordará.”

“É o primeiro dia de aula!” eu disse enquanto Josh começou a falar com Barnabas para entender o que estava rolando. “Não posso faltar o primeiro dia de aula.”

Seus olhos azuis se estreitaram e suas bochechas coraram. “Você é a vontade dos serafins, Madison.”

“Bom, a vontade dos serafins não quer ficar de castigo,” eu protestei, achando que nunca teria acreditado ser possível que essas palavras pudessem ir juntas e fazerem sentido. “Não concordo com destino,” acrescentei.

A aula estava prestes a começar, e o corredor estava se esvaziando.

“É errado, Nakita,” Barnabas disse, alto o bastante que me preocupei em alguém talvez nos ouvir. “Aquela pessoa não fez nada.”

“Ele fará,” foi sua respostas confiante. “Só por que você não consegue voar alto o bastante para ver pelos cantos, não quer dizer que os serafins não possam.”

Isso era uma beleza. Primeiro dia de aula, e Nakita queria me levar para uma festa da gadanhada. O sinal de aviso tocou, e eu pulei. Suspirando, peguei meus livros e comecei a ir corredor abaixo. Josh deslocou-se para frente, andando ao meu lado enquanto Barnabas e Nakita ficaram para trás.

“Então,” Josh disse, seus olhos arregalados, “vamos para a aula, ou para um safári?”

Eu encarei, não acreditando nisso. “Você quer ir também?”

Nakita inclinou-se para frente entre nós, empurrando-o para o lado. “Você gostará de matar esse, Madison. Grace diz que o cria do demo vai criar um vírus de computador que destrói os sistemas operacionais de um hospital. Centenas das suas pessoas preciosas, Barnabas, terão mortes prematuras por causa da escolha desse 
humano feita em busca por reconhecimento e orgulho. Se não deslocarmos essa alma para um plano superior antes que ele fique sujo, ele eventualmente se tornará um cyberterrorista."

Aah, um a zero.

Barnabas estava de cara amarga enquanto vinha para meu outro lado. “Mas ele ainda não fez isso. Há sempre uma escolha, e ele talvez faça a certa.”

O corredor estava vazio. À direita estava o corredor que me levaria para minha aula de física, à minha esquerda o claro retângulo da porta da frente da escola.

“Nakita,” eu disse, meus passos diminuindo na interseção. “Eu estava errada em salvar a Susa, a garota no barco?”

“Sim,” ela disse imediatamente.

“Não,” Barnabas respondeu.

Nakita segurou seu livro de economia doméstica em seu peito, a planilha eletrônica e tigela de ovos na capa uma estranha mistura com sua expressão severa, quase sedenta de sangue.

“Ela ia criar artigos da verdade sem compaixão. Ela ia devotar sua vida a destruir a fé e crença que as pessoas tem uma nas outras. Não havia dádiva em sua vida, apenas destruição.”

Dois a zero. “Esse ainda é seu destino?” eu perguntei, escutando o “ia”.

Seu lindo rosto mudou, se tornando confuso. “Não,” ela disse, e nossos passos diminuíram até parar. “Os serafins cantam que seu futuro está lamacento, e eles não sabem por que.”

Um sorriso vagaroso curvou meus lábios para cima. “Eu sei.” Contente, eu comecei a ir para as portas dianteiras. Eu sabia agora o que ia fazer – como eu ia reconciliar trabalhar como chefe de um sistema que eu não concordava até encontrar meu corpo e voltar ao normal.

“Bem como entender o medo te mudou, Susan viu a morte, e como resultado, ela aprendeu como a vida é preciosa. É difícil fazer uma escolha quando só 
consegue ver de uma maneira.”

Da minha esquerda, Barnabas franziu a testa. “Está falando de mim,” ele disse com tristeza.

“Não.” eu olhei para os escritórios da frente, esperando que ninguém estivesse observando. “Eu acho que não. Talvez?” eu dei de ombros. “Eu vou com você, Nakita, mas antes que retire sua espada e fique toda assustadora, quero falar com ele.”

As sobrancelhas da ceifadora negra foram para o alto. “Por quê?” ela disse, espelhando a expressão de confusão de Barnabas.

“Para ver se consigo mudar seu destino,” eu digo. Dãh.

Está bem, então eu estava morta, meu corpo estava em algum lugar entre o agora e o próximo, e eu tinha dois ceifadores discutindo e me protegendo do próprio timekeeper que eu já confiara uma vez. As coisas não eram tão ruins. Meu pai não fazia ideia de que eu estava morta, Josh estava vivo, e até que conseguisse meu 
corpo de volta e saísse dessa montanha russa, eu não só podia matar aula sem punimento, como era minha responsabilidade moral fazer isso.

Nós tínhamos alcançado a porta, e eu a abri. A luz solar entornou, me aquecendo enquanto Josh pegava a porta e a segurava. “Você vai matar aula?” ele perguntou, e eu fiz careta.

“Aham. Nakita e Barnabas podem me proteger. Nos proteger. Para uma garota boazinha, eu certamente faço algumas coisas ruins.”

Eu hesitei no solado da porta, espremendo os olhos no sol. “Você acha que faz diferença?”

Josh assentiu, e seu sorriso fez com que um tremor começasse no âmago do meu ser. “É. Eu acho.”

“Eu também,” eu disse, e juntos, caminhamos para o sol para salvar a alma de algum cara bom.


Fim
Continuação: Early to Death Early to Rise.


Tradução: sophia bittencourt


xoxo,
sophia bittencourt.

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